sexta-feira, 8 de maio de 2009

De mãos dadas com a tecnologia

Estamos completamente conectados. Com a chegada da globalização e da vinda de novas tecnologias, o processo de compartilhamento de informações cresceu de forma explosiva. Se as pessoas ou empresas quiserem informações sobre você, provavelmente irão conseguir. Isso faz com que uma maioria esmagadora reclame e bata o pé na luta por privacidade. Confesso que não gosto muito do que a maioria pensa. E também não concordo com todo esse medo da sociedade em existir virtualmente, Portando, minha proposta é fazê-los pensar sobre os benefícios de vivermos nessa era de super exposição.
Vou começar por uma experiência própria. Decidi passar o ano novo com meus amigos no Rio de Janeiro. Aliás, os convenci. O principal motivo na escolha do destino eu vou contar no próximo parágrafo. Por falta de condições financeiras para encarar a compra de uma passagem de avião para o Rio, optamos por ir de carro e dividir a gasolina. O problema era que nenhum de nós conhecia a estrada e nem mesmo a maneira de chegar até a casa da menina. Se esse problema tivesse ocorrido há meia dúzia de anos atrás, provavelmente teríamos desistido. Mas, felizmente, tínhamos o Google Earth – programa construído a partir de imagens de satélites que permite com que sejam identificadas cidades, estados, rodovias e até mesmo pessoas – como aliado.. Não tivemos dificuldade para sair do Água Verde em Curitiba e encontrar a Rua dos Inválidos, no centro do Rio.
A internet é uma grande estimuladora do contato entre pessoas. Conversamos desde os nossos vizinhos de bairro até moradores do outro lado do mundo. Queixosos dizem que a internet diminui a convivência. No meu caso, ela facilitou e até induziu uma convivência. O motivo da minha viagem ao Rio de Janeiro foi conhecer uma menina que conversava por internet há quatro anos. Mas não era uma menina qualquer. Ela era de fato minha amiga, daquelas que você pode ligar chorando no meio da madrugada. Estaria mentindo se dissesse que não a considero uma das minhas melhores amigas. Nos conhecemos na época dos velhos fotologs. Trocamos MSNs e quando nos demos conta a amizade virtual havia se transformado em uma relação sólida. Obviamente, não foi da noite para o dia. Ela precisou me conquistar revelando interesses, como a literatura e o jornalismo, por exemplo, e contando segredos que a mãe dela nunca sonharia. A amizade faz com que o ser humano cresça em vários aspectos. Não vou citar todos nem me prolongar nesse assunto porque seria meio cansativo. Mas opiniões diferentes e trocas de conhecimento certamente são alguns dos muitos benefícios de uma amizade. Conheci o Rio de Janeiro, gírias e botecos cariocas e uma as pessoas mais interessantes que já passaram pela minha vida graças a uma rede social.
Não vou esquecer também do celular, que já se tornou antigo e banal perto de tantas tecnologias. Minha vó me contou uma vez a história de quando seu pai morreu. Ele havia falecido em Paranaguá e sua irmã e seu marido estavam viajando por algum lugar do país que não me lembro qual era. Minha vó não sabia em qual hotel eles estavam – aliás, ninguém da família sabia - e ela foi encarregada dar a notícia para sua irmã. Desesperada e sem nenhuma forma de ter contato com a irmã, minha vó rezou. No dia do velório, a irmã apareceu misteriosamente lá. A irmã dela disse que tinha recebido uma ligação de uma pessoa anônima no quarto do hotel. A recepcionista do hotel garante que não transferiu nenhuma ligação para o quarto. Minha vó jura que foi uma santa que avisou a irmã. Não sei se acredito. Mas enfim, contei tudo isso para fazê-los perceber o quanto é mais fácil a vida com o celular. Minha vó não precisaria pedir ajuda aos céus caso tivesse ela e a irmã tivessem um celular em mãos.
Vocês devem estar pensando agora: chega de experiências, queremos fatos conhecidos, dados históricos e todas essas coisas que dão credibilidade a um artigo. Então vamos lá. O surgimento dos blogs transformou a internet. O blog permite que os usuários mostrem seu conteúdo para três, 30 ou 300 internautas. Algumas vezes isso pode até virar uma profissão, bastante atual e inspiradora. Edney Souza, mais conhecido no mundo virtual como Interney, abandou seu emprego de gerente de sistemas em 2005 para viver no seu blog. A jogada deu certo. No ano de 2007 o blogueiro faturava com seu site o dobro do salário que tinha como gerente. Esse número deve ter crescido muito mais nos dias de hoje. Edney é celebridade na internet. Seus textos e opiniões influenciam milhares de internautas. O blogueiro acertou em apostar na nova tecnologia.
A internet, em especial o MySpace foi responsável também pela fama da banda Arctic Monkeys. Em meados de 2003 eles começaram a gravar CDs demos e distribuí-los para o público. Porém, não existia grande quantidade de cds. Então, os fãs espertos, copiaram as músicas e as divulgaram. Hoje, a banda é conhecida no mundo inteiro e fatura milhões. Tenho uma amiga que é viciada por música. A internet fez com que ela não precisasse ir atrás de sebos para conseguir ouvir o que quer. Ela ganhou conforto e rapidez: em menos de dez minutos encontra qualquer coisa com apenas um ou dois cliques.
Outro ponto é que o compartilhamento de informações possibilita que sejamos mais seletivos em relação ao que consumimos. Deixamos de comprar certo produto depois que lemos opiniões negativas em alguma comunidade ou fórum. Assistimos a um filme novo, depois que termos uma indicação de alguma pessoa ou site. Podemos, e sem muita dificuldade, até mobilizar grupos de pessoas para boicotarem alguma empresa.
Gostaria de me estender mais sobre esse assunto, mas sei que o espaço do Lona ( jornal da minha faculdade para o qual foi escrito esse artigo) não permite muitas divagações. Só queria que vocês, antes de atirarem pedras nas tecnologias, revissem todos os benefícios que já foram proporcionados por elas. Sem o Google, email, Orkut, Twitter e MSN, teríamos uma vida milhões de vezes mais monótona. Além disso, a vida seria muito mais complicada e trabalhosa. Se com as tecnologias qualquer um pode saber quem é você, e o que você faz, então encontre uma vantagem nisso: Valorize e venda seu produto. Ah, mais uma coisa. Se você gostou desse texto, fique à vontade para visitar sempre o meu blog.

Um comentário:

  1. Não li esse mas li o sobre Coco Chanel e o cartaz. Adorei, tá escrevendo bem pra caramba. Acho muito estranho também a França que por tanto tempo um de seus simbolos foi e ainda não conseguiu deixar de ser o cigarro, fazer coisas desse tipo. Começar com o não poder fumar dentro dos bares e essas outras regras que são mais besteiras ainda.

    Imaginem se resolvessem publicar as obras de Charles Bukowski sem brigas, porres, palavrões, cigarros e tudo mais de politicamente incorreto. Não seria Bukowski.

    :) Saudades.

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