sexta-feira, 13 de março de 2009

Minha mãe não me acorda mais. Sinto saudades dela trazendo café, misto quente ou apenas mexendo no meu travesseiro pra me acordar. Depois de um tempo ela desistia e descia para tomar seu café da manhã. Enquanto eu cochilava na cama buscando os últimos minutos de descanso, ela gritava do andar de baixo, 'Gi, são 7:30'. Me lembro de como ela sempre mentia o horário, adiantando os ponteiros do relógio para eu não chegar atrasada na primeira aula. Eu descia as escadas coçando os olhos e em passos lentos. Lá embaixo estava ela de camisola colorida assistindo o jornal da manhã. Quando percebia que eu estava descendo, tirava os olhos da tv e fixava-os em mim. Em seguida, percebendo minha despreocupaçao com o clima, me mandava buscar um casaco. Eu quase nunca obedecia. Preferia sair de mangas curtas. Eu zanzava pela cozinha, tentando adiar mais ainda o horário de aula enquanto ela dividia o pão que estava comendo entre minha cachorrinha e os gatos. As vezes até convidava meu bulldog para entrar e fazia-lhe um carinho na cabeça. Agora sou acordada por um despertador irritante. Quase nunca saio da cama. Quando resolvo levantar, ninguém está esperando por mim. Visto qualquer roupa e me preparo para um dia cinza, bem diferente do colorido que tinha a camisola da minha mãe.

3 comentários:

Xingue, grite, jogue confetes.